A expectativa de ir escalar novamente era grande, eu não via a hora de voltar ao boulder ou top rope e foi com este espírito que eu voltei para a minha terceira escalada.
Estava cansada fisicamente, o dia tinha sido de atividades profissionais intensas e o paredão parecia ser uma boa maneira de relaxar e um belo anti-stress... era o que eu estava precisando naquele dia quente e úmido, ou como dizem os nativos “um dia de janeiro em Forno Alegre”.
Antes de iniciar a escalada, resolvi trocar umas dicas com o Douglas sobre qual sapatilha deveria comprar? Eu estivera olhando na Internet e fui a uma loja que é especializada em equipamentos para esportes de aventura, para experimentar os modelos e tamanhos. O único modelo que eu encontrei do tamanho do meu pé, não ficou muito firme e fiquei com receio de comprá-la. E realmente, Douglas me esclareceu que quanto mais justo ficar no pé, mais segura será a escalada, uma vez que impede de escorregar e perder o equilíbrio. Sérgio (proprietário da academia), que estava lá olhando o desempenho dos escaladores, me confirmou de outra suspeita minha, as compras pela internet normalmente são frustrantes, pois como a sapatilha tem que calçar como uma ”luva no pé” e em compras on-line não é possível experimentar antes de efetivar a compra, surge ai muitas reclamações e necessidades de devolução do produto, ou seja... frustração, perda de tempo e longas esperas. Depois de todas estas dicas e indicações de outras lojas que eu poderia encontrar os equipamentos de escalda, resolvi que iria começar a escalada pelo top rope.
A primeira escalada da noite foi frustrante, eu estava fisicamente cansada e como ainda não tenho técnica, uso muito a força. Escolhi uma via que ainda não havia escalado, um pouco mais difícil do que as vias da semana passada, vias com novos desafios e necessidade de mais análise e técnica. Usei muita força e me cansei antes mesmo de chegar ao topo. Hora de descer e deixar para outro dia a tentativa de vencer esta via.
Após restabelecido o fôlego e a energia, as demais vias não pareceram tão difíceis, mas das cinco tentativas da noite, apenas em três vias eu consegui chegar ao final. Além da primeira, teve outra que simplesmente eu não tive mais forças de continuar. E a maior empolgação foi conquistar uma das vias que eu acreditava ser o maior desafio da noite, pois eu escolhi uma via em uma parede de inclinada, claro que não foi fácil e após ter atingido 60 % da escalada, simplesmente descansei pendurada a corda por alguns minutos de forma a retomar as forças para continuar a escalda, sensação gostosa, balançando pendura por uma corda na cintura a 4 metros do chão... foi muito gostoso e o melhor ainda que após este descanso foi possível chegar ao final!
Entre as escaldas, um chimarrão e outro e bate-papos como Fredy, que já escala há algum tempo, descobri que tem outras lojas na cidade e que eu deveria procurar a sapatilha antes de efetivar a compra. E realmente, no dia seguinte eu passei em uma das lojas indicadas e lá encontrei a sapatilha do tamanho e modelo que melhor se adaptou ao meu pé! Mas ainda não sei se comemoro ou choro, pois a sapatilha é muito... muito dura e desconfortável. Sei que com o tempo de uso ela irá amaciar, mas conforto, todos os escaladores que eu conheci e sites da internet que eu visitei, afirmam que esta sempre será desconfortável.
Terminei a noite tentando novamente uma via no boulder, mas novamente sem sucesso, talvez com a sapatilha eu consiga pelo menos avançar um pouco mais, ou somente com muita técnica é que eu vou vencer esta.
Já o Fredy, comemorava o sucesso em uma das vias que há semanas ele tentava vencer!
Cansada, feliz pelos sucessos e com a certeza que terei muitos desafios a vencer e vias a conquistar, voltei para casa exausta!
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