E finalmente as minhas mãos permitiram eu realizar a segunda escalada, ou melhor... a segunda tentativa de escalada!
Dois dias se passaram da minha nova aventura, foram dois dias de muito, muito trabalho mesmo, atividades profissionais que me exigiram muito raciocínio lógico e fazer uma atividade física que exige concentração e persistência, cheia de desafios e adrenalina me fazem muito bem!
E lá estava eu, na academia novamente, só que desta vez, como não havia chovido no anoitecer, eu estava decidida a encarar o Top Rope (na terminologia de escalada – quer dizer que é um paredão com agarras e a segurança é feita por uma corda vindo de cima, a escalada é feita de forma que a corda que dá segurança ao escalador é presa no topo) e descobrir a emoção de escalar um paredão de mais de 5 metros de altura.
Aprender a segurança neste momento é o mais importante, pois nesta modalidade não tem colchão para amenizar a queda, mas sim a corda que, nesta primeira escalada é guiada pelo Douglas. Depois de aprender a prender a cadeirinha a cintura e checar se esta estava realmente bem firme e colocada, chegou a hora de aprender a prender a corda. Um nó simples, que mais parece um número 8, mas com muitos detalhes de execução (estes me fizeram lembrar quando eu estava aprendendo a fazer crochê e ponto cruz, mas acho que o Douglas não entendeu a minha colocação, provavelmente ele nunca tenha pego numa agulha de crochê!) e cuidados importantes para que seja mantida a minha própria segurança, principalmente no caso de uma queda. Mesmo não querendo cair, eu sei que em algum momento isto vai ser inevitável.
Depois de tudo pronto, chegou a hora de analisar o paredão... por onde eu deveria subir? Claro que eu escolhi a via mais fácil (vias são as marcações nas agarras que definem a rota a ser seguida e também o nível de dificuldade. A regra é só se utilizar das agarras que compõem a via escolhida, algo diferente disto seria como “roubar num jogo com os amigos”!) para esta primeira escalada. Depois de analisar um pouco e memorizar por onde eu deveria subir, chegou a hora da primeira escalada no top rope e esta foi uma mistura de emoção com medo, medo de que o que aconteceria se eu caísse dali, medo do desconhecido e emoção por estar aprendendo a escalar. A chagada ao topo, quando eu agarrei a última agarra da via, aquela que tinha um “T” bem grande demarcando o final desta via, me fez me sentir muito feliz! Mas e agora, como descer? Esta foi mais fácil, bem por que eu só tinha que me manter longe do paredão, o esforço todo estava com o Douglas que segurava a outra ponta da corda.
Chegando ao chão, após um merecido descanso, chegada a hora de aprender mais um pouco sobre segurança e também, companheirismo. Descobri que a outra ponta da corda também é fixa na cadeirinha, só que desta vez não é um nó que fixa, mas sim através de um mosquetão especial e um tipo de freio. Através desta mantemos a corda esticada para o escalador (eis ai o espírito de companheirismo), seguramos no caso de uma queda e também permitimos a descida do mesmo quando este determinar. Assim eu fiz a segurança da Luiza, aprendendo a puxar a corda a cada ascensão desta e travando, entre uma puxada e outra. Levei um grande susto quando da queda dela, o susto foi pela repentina e forte puxada, que chegou a me tirar do chão por alguns instantes, mas consegui segurá-la. Claro que, como disse o Douglas, sempre devemos estar preparados, pois ninguém avisa quando vai cair! E antes mesmo que eu começasse a descida da Luiza, aprendi que, somente devemos liberar a corda para permitir que quem está escalando desça, se este assim o solicitar. Pois, como foi o caso da Luiza, esta voltou ao paredão para continuar a escalada a partir do ponto que ela caiu e somente liberei a corda para descida quando esta solicitou.
Depois da primeira escalda no paredão e após aprender as regras básicas de segurança, as outras escaladas foram mais fáceis, claro que não só pelo fato de eu ter escolhido vias fáceis para o primeiro dia, mas também pelo fato de já conhecer as regras de segurança e perder aquela ansiedade inicial da primeira vez. Claro, que numa das escaldas, descobri qual é a sensação de queda quando se está a metros do chão preso apenas por um corda de sustentação!
E após algumas escaladas no top rope e outras no boulder, minhas mãos voltaram a ficar sensíveis e resolvi encerrar mais uma noite de diversão e relax total. Mas como estava cedo ainda, encerrei a noite “ensinando dois novatos” a subirem no boulder por uma via que a primeira vista parecia impossível, claro que talvez aquela fosse a única via do boulder que eu poderia passar algumas dicas, pois foi ela que me fez cair no colchão e na gargalhada por diversas vezes na noite anterior.
Agora, que mais uma noite termina, volto para casa com a sensação de realizada e feliz, por mais um desafio vencido!
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